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sábado, 18 de novembro de 2017

Não tive aula

" Não tive aula.
Estou no 5º andar, sozinha, supostamente a estudar. Nas mesas em frente à biblioteca - vi um rapaz da minha turma lá, fiquei com vergonha de entrar; não me perguntem porquê, a verdade é que, se puder, prefiro evitar cruzar olhares.
Estou do lado de grandes janelas, com visão para toda a rua - só não é mais perceptível devido às tais semi-esverdeadas, sábias anciãs, que se sobrepõem. As folhas das árvores começam a tomar diferentes tonalidades, apesar de ainda predominantemente verdes. O outono avizinha-se, ou, se já chegou, demora a notar-se, tendo em conta que estamos em pleno outubro e as temperaturas rondam os 30, 40 graus.
Reparo num gato que vagueia pelo passeio.
Noto uma figura, de certa idade, no jardim, com um caixote do lixo atrás, bem como uma vassoura, e uma pá. É o senhor que costuma vigiar o ginásio quando se faz tarde, e por vezes, a portaria. Enquanto os alunos estão fechados nas salas, ele recolhe as incontáveis folhas do chão, agilmente, fazendo montinhos engraçados para facilitar o serviço. Enquanto escrevo, já ele completou mais de 50% da tarefa, neste longo espaço. Sem perceber, fixo-me nele, observo-o. O seu trabalho não é devidamente reconhecido pelos que mais beneficiam dele - os alunos. Ninguém sabe o que faz, eu própria não sabia. Por vezes, tratam-no com desprezo e arrogância, ele, que humildemente varre as ínfimas folhas com certa dificuldade, esforçosamente, devido ao avanço da idade. "

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